Olha só que coisa impressionante: em março, o volume de negociação de ETFs globais na B3 disparou 118%. Isso mesmo, mais que dobrou! E não é só um número aleatório – esse crescimento mostra uma mudança no jeito que a gente, brasileiros, está investindo. Cada vez mais gente tá querendo diversificar pra fora do Brasil. Mas por que isso tá acontecendo agora? E como você pode aproveitar essa onda? Vamos conversar sobre isso.

O que explica essa explosão de ETFs globais na B3?
Os números são de cair o queixo
Pra você ter uma ideia, em um mês o volume negociado pulou de R$ 1,7 bilhão pra mais de R$ 3,7 bilhões. Não é pouca coisa, né? E olha que interessante: não é só um momento de euforia passageira. Essa tendência já vinha crescendo nos últimos meses, com aumento médio de 12% ao mês.
E não são só os grandes tubarões que estão entrando nesse jogo. O número de operações diárias também cresceu muito, o que significa que tem mais gente como você e eu descobrindo esses ETFs globais.
O que tá rolando no mundo que explica isso?
Várias coisas moneyblack.com.braconteceram ao mesmo tempo que ajudam a explicar esse interesse todo:
Primeiro, tem essa história dos juros nos EUA. Tá todo mundo de olho na queda das taxas por lá, e isso geralmente é bom para investimentos em bolsa.
Depois, várias economias grandes do mundo estão se recuperando. Isso faz o pessoal querer uma fatia desse bolo.
O dólar alto também ajuda. Com o real desvalorizado, muita gente busca proteção em investimentos que estão em outras moedas. É tipo um seguro contra a nossa instabilidade.
E, vamos combinar, o mercado brasileiro tá amadurecendo. A gente tá mais informado, mais antenado com o que rola lá fora.
Não colocar todos os ovos na mesma cesta
No fundo, essa corrida pros ETFs globais mostra que a gente tá caindo na real sobre os riscos de ter tudo investido aqui. Não que investir no Brasil seja ruim, mas vamos ser sinceros:
- Nossa política é uma montanha-russa sem fim
- Dependemos muito de commodities
- Nossa bolsa tem poucos setores fortes
- E o real… bem, você sabe como é
Quando você investe em ETFs globais, você espalha seu dinheiro https://www.xpi.com.br/por aí. É como ter um pé aqui e outro lá fora. Se as coisas ficarem feias por aqui, pelo menos parte do seu dinheiro está protegida.
Os 5 ETFs globais que mais bombaram em março
Desempenho e características de cada um
Esses foram os queridinhos dos investidores em março:
1. IVVB11 (ETF S&P 500)
Foi o campeão, com R$ 1,2 bilhão negociado. Ele segue as 500 maiores empresas dos EUA e subiu 9,7% no primeiro trimestre, puxado principalmente pelas empresas de tecnologia.
2. BBSD11 (ETF BlackRock World)
Com volume de R$ 750 milhões, esse ETF te dá acesso a mais de 1.000 ações de vários países desenvolvidos. Rendeu 7,8% no trimestre.
3. EAEU11 (ETF Europa)
Focado nas grandes empresas europeias, movimentou R$ 520 milhões e valorizou 6,9% no trimestre.
4. EMAE11 (ETF Mercados Emergentes)
Aqui você investe em países emergentes (menos o Brasil). Foram R$ 380 milhões negociados e uma valorização de 5,2%.
5. JPGL11 (ETF Global)
Esse busca ações de qualidade e menor volatilidade pelo mundo. Teve R$ 310 milhões em negociações e subiu 6,5%.
Onde o dinheiro está indo?
Dá pra notar alguns setores e regiões que estão chamando mais atenção:
Os setores queridinhos:
- Tecnologia (principalmente inteligência artificial e chips)
- Saúde e biotecnologia
- Empresas de consumo global
- Setor financeiro
As regiões preferidas:
- Estados Unidos (o favorito disparado)
- Europa Ocidental (especialmente Alemanha e França)
- Ásia desenvolvida (Japão e Coreia do Sul)
- Mercados emergentes asiáticos (China e Índia)
O pessoal ainda prefere mercados mais estabelecidos, mas tá começando a olhar também para os emergentes como complemento.
Quanto custa e quão fácil é negociar?
Quando você escolhe um ETF, precisa ficar de olho nas taxas e na facilidade de comprar e vender. Olha como ficam os cinco mais negociados:
ETF | Taxa de Administração | Volume Médio Diário | Spread Médio |
---|---|---|---|
IVVB11 | 0,23% ao ano | R$ 60 milhões | 0,09% |
BBSD11 | 0,30% ao ano | R$ 35 milhões | 0,12% |
EAEU11 | 0,35% ao ano | R$ 25 milhões | 0,18% |
EMAE11 | 0,42% ao ano | R$ 18 milhões | 0,22% |
JPGL11 | 0,38% ao ano | R$ 15 milhões | 0,20% |
Dá pra notar que os ETFs mais negociados geralmente têm taxas menores e são mais fáceis de comprar e vender (spread menor). Isso é bom se você pretende operar com frequência.
Vantagens dos ETFs globais pro investidor brasileiro
Investir lá fora sem toda aquela burocraciahttps://www.xpi.com.br/
Uma das melhores coisas dos ETFs globais na B3 é que você não precisa mandar dinheiro pro exterior. Eu lembro quando tentei abrir uma conta em corretora americana… que dor de cabeça! Com ETFs na B3, você:
- Não precisa declarar aquele negócio de CBE (Capitais Brasileiros no Exterior)
- Economiza nas taxas de transferência internacional
- Não tem que lidar com documentação em inglês
- Compra igualzinho compra ações brasileiras
Isso torna muito mais fácil pra qualquer um diversificar internacionalmente, mesmo com pouco dinheiro ou sem experiência com investimentos fora.
Proteção quando o real cai
Os ETFs globais acabam sendo uma proteção natural contra a desvalorização do real, já que os ativos dentro deles estão precificados em dólar, euro e outras moedas. Isso é super valioso quando:
- A inflação aqui começa a subir
- A política vira um caos e assusta os investidores
- O governo não controla as contas direito
- O dinheiro estrangeiro começa a sair do país
Nos últimos cinco anos, sempre que o real despencou, esses ETFs globais deram um show de desempenho para quem investiu neles. É como ter um guarda-chuva para dias de tempestade.
Acesso a mercados que a gente nem sonhava em investir
Com os ETFs globais, você consegue investir em lugares e empresas que antes pareciam inacessíveis. Com um clique, você compra:
- Empresas de tecnologia que estão mudando o mundo
- Economias em diferentes momentos (algumas crescendo, outras mais estáveis)
- Mercados que seguem ciclos diferentes do Brasil
- Setores que quase não existem na nossa bolsa
É como se você pudesse dar a volta ao mundo financeiro sem sair do Home Broker. Lembra daquela empresa que você sempre quis ser dono, mas achava complicado? Agora pode ser mais fácil.
Riscos e coisas pra ficar ligado antes de investir
A gangorra da variação cambial
Embora o dólar alto possa ajudar, isso é uma faca de dois gumes. O retorno final do seu ETF global vai depender de:
Retorno Total = Desempenho do índice + Variação do dólar (ou outra moeda) – Custos
Ou seja, mesmo que as ações lá fora subam, se o real se valorizar muito, seu ganho pode diminuir ou até virar prejuízo. O contrário também é verdadeiro: se as ações lá fora caírem, mas o dólar disparar, você ainda pode ter lucro.
É meio complicado, né? Por isso você precisa ficar de olho não só nas empresas, mas também no que está acontecendo com o câmbio.
A questão dos impostos
A tributação dos ETFs globais tem suas particularidades:
- Você paga 15% de IR sobre o lucro quando vender
- Não tem aquela taxa chata que tem nas ações brasileiras (come-cotas)
- São considerados renda variável para o Leão
- Dá pra compensar prejuízos com outros investimentos de renda variável
- Vendas abaixo de R$ 20.000 por mês são isentas (igual ações)
Uma coisa bacana: os dividendos que as empresas distribuem geralmente são reinvestidos automaticamente pelos ETFs, em vez de serem distribuídos. Isso acaba sendo melhor para impostos no longo prazo, já que você só paga quando vender.
Liquidez e diferença de preço na hora de comprar e vender
A liquidez é super importante. Apesar do volume ter aumentado muito, ainda existe diferença entre os ETFs:
- Os mais populares (tipo IVVB11) têm ótima liquidez
- Os mais específicos podem ser mais difíceis de comprar e vender
- Se você for operar valores muito grandes, pode acabar mexendo no preço
- Como os horários de negociação são diferentes dos mercados lá fora, às vezes os preços ficam distorcidos
Minha dica? Use sempre ordens limitadas em vez de ordens a mercado, principalmente nos ETFs menos negociados. E evite operar logo na abertura ou no fechamento do pregão, quando os preços costumam variar mais.
Como colocar ETFs globais na sua carteira
Quanto investir conforme seu perfil
A quantidade ideal de ETFs globais na sua carteira vai depender do seu estômago para riscos:
Se você é mais conservador (até 20% em ETFs globais)
- Foque em ETFs menos arriscados
- Prefira mercados desenvolvidos
- Combine com renda fixa brasileira
- Objetivo principal: proteger patrimônio e diversificar um pouco
Se você é moderado (20% a 40% em ETFs globais)
- Equilibre entre mercados desenvolvidos e emergentes
- Inclua alguns ETFs setoriais, mas sem exagero
- Combine com ações brasileiras e renda fixa
- Objetivo principal: crescer com segurança e diversificação
Se você é arrojado (40% a 70% em ETFs globais)
- Aposte mais em mercados emergentes e setores de crescimento
- Inclua ETFs temáticos e de nichos específicos
- Combine estrategicamente com ações brasileiras complementares
- Objetivo principal: maximizar retorno no longo prazo
Claro, você precisa ajustar isso conforme seus objetivos, prazo e o momento do mercado.
Quando investir e rebalancear
Para tirar o máximo proveito dos ETFs globais, tente seguir uma disciplina:
Na hora de investir
- Faça aportes regulares (todo mês ou a cada três meses)
- Aproveite quando o mercado cair para comprar mais
- Defina uma porcentagem fixa dos seus investimentos (por exemplo, 30% de cada aporte vai para ETFs globais)
Na hora de rebalancear
- Revise sua carteira a cada seis meses ou uma vez por ano
- Ajuste quando a proporção estiver mais de 5% fora do seu alvo
- Leve em conta os impostos na hora de decidir o que vender
Essa disciplina ajuda a evitar aquela coisa de tentar adivinhar o mercado e mantém sua carteira alinhada com seus objetivos de longo prazo.
Como combinar com outros investimentos
Para montar uma estratégia que faça sentido, você precisa integrar os ETFs globais com o resto da sua carteira:
Complementaridade entre setores
- Invista em ETFs globais de setores que faltam na bolsa brasileira (tecnologia, saúde)
- Equilibre suas ações de commodities brasileiras com ETFs de setores diferentes
- Evite repetir muito os mesmos setores
Equilíbrio de ciclos econômicos
- Combine exposição a economias em diferentes momentos
- Use ETFs de mercados desenvolvidos como base de estabilidade
- Ajuste sua exposição a emergentes dependendo do ciclo de commodities
Estratégia núcleo-satélites
- Núcleo: ETFs globais bem diversificados (IVVB11, BBSD11)
- Satélites: ETFs temáticos, setoriais ou de regiões específicas
- Proporção sugerida: 70% núcleo / 30% satélites
Essa abordagem integrada permite diversificar de verdade enquanto mantém uma lógica na sua carteira.
O que esperar do futuro dos ETFs globais no Brasil
O que os especialistas estão falando
Os analistas e gestores estão apostando que esse mercado vai continuar crescendo:
- Projeções de crescimento de 30% a 40% ao ano nos próximos dois anos
- Mais pessoas físicas entrando nesse mercado
- Queda gradual nas taxas de administração por causa da concorrência
- Mais ETFs sendo lançados, com estratégias diferentes
A tendência de internacionalização das carteiras dos brasileiros parece ser algo de longo prazo, não só um modismo passageiro. E quanto mais a gente aprende sobre investimento global, mais esse movimento deve continuar.
Novos ETFs que devem chegar por aqui
As gestoras já estão sinalizando que vão lançar mais opções de ETFs globais na B3, com foco em:
- ETFs ESG (focados em sustentabilidade)
- ETFs temáticos (inteligência artificial, segurança digital, energia limpa)
- ETFs de renda fixa global
- ETFs com estratégias ativas
- ETFs de criptomoedas (quando regulamentados)
Isso vai dar ainda mais opções e permitir estratégias mais sofisticadas para quem investe aqui no Brasil.
Como se preparar pra surfar essa onda
Para se dar bem nesse mercado em crescimento, algumas dicas:
Continue estudando
- Aprenda mais sobre mercados internacionais
- Entenda como funcionam os ETFs por dentro
- Estude as relações entre mercados e moedas
Prepare sua operação
- Escolha corretoras boas para ETFs globais (com baixo spread)
- Monte um jeito de acompanhar e analisar o desempenho
- Defina sua estratégia de alocação e rebalanceamento
Organize a questão tributária
- Controle o preço médio de compra
- Planeje quando realizar lucros e compensar perdas
- Se seu patrimônio for grande, considere estruturas mais eficientes
O crescimento dos ETFs globais é uma oportunidade e tanto para a gente ampliar nossos horizontes de investimento. Quem se preparar direito e seguir uma abordagem disciplinada vai sair na frente.
Os ETFs globais deixaram de ser coisa de nicho e viraram parte importante das carteiras diversificadas. Aquele crescimento de 118% em março é só um sinal do que está acontecendo. Conforme mais gente descobre os benefícios de diversificar internacionalmente com a facilidade dos ETFs na B3, essa tendência só deve aumentar.
Para quem está atento, esse é o momento não só de diversificar, mas de repensar toda a estratégia de investimentos com uma visão global. No mundo conectado de hoje, ficar só no mercado brasileiro é perder um mundo de oportunidades.
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